“She’s a very kinky girl
The kind you don’t take home to mother.”

Acho que esse é o post que mais demorei para escrever. Escrevi uma vez, achei péssimo; apaguei tudo, recomecei, achei podre. Deixei de lado, vivi a vida, e fui seguindo assim até agora. Mas enfim, tá aqui.

Cara, eu amo muito Little Miss Sunshine (Pequena Miss Sunshine, na tradução). É um amor platônico, indecifrável, irrefreável. Sério, não estou sendo exagerado. Claro que não é um filme imabatível no gosto popular, tem gente que acha a história bem bobinha digna de Sessão da Tarde, mas pra mim é uma pequena obra-prima.

Olive (Abigail Breslin) é uma pequena coisa fofa que sonha em ser Miss Estados Unidos, com a ajuda de seu Avô (Alan Arkin) viciado em cocaína ou whatever. Richard (Greg Kinnear) e Sheryl (Toni Collette) são os pais de Olive. Ele, um fracassado otimista vendedor de um programa de auto-ajuda; ela, uma mãe ex-divorciada e infeliz. Dwayne (Paul Dano) é filho do primeiro casamento de Sheryl, e sonha em ser piloto de caça. Frank (Steve Carell) é o irmão gay de Sheryl, que vai morar com a família quando falha na sua tentativa de suicídio. Todos vão juntos dentro de uma Kombi amarela para a Califórnia quando Olive se classifica em um concurso de beleza.

Little Miss Sunshine é um road movie, e um dos melhores do gênero. Ao longo da estrada, a família sem sobrenome (algo constatado só na 36493178ª vez em que vi o filme!) passa por algumas situações bem inusitadas e trágicas e cômicas – tudo para aprender o quão losers eles são! Infelizmente não posso comentar as cenas do filme, pois cada uma tem um significado para cada personagem, e saber spoilers só atrapalha a viagem de quem nunca/já assistiu ao filme. É uma pena, porque posso comentar esse filme em todos os seus detalhes, por horas a fio.

Little Miss Sunshine é simples e genial. Engraçada o bastante para não se levar tanto a sério, dramática o bastante para ser levada bastante a sério. O elenco é espetacular, como pouco se vê em filmes – destaque para a talentosíssima Abigail Breslin, que conquistou o coração do mundo com esses óculos da foto e sua falsa (?) barriguinha proeminente. As situações vividas pela família podem até parecer exageradas e surreais, mas funcionam perfeitamente para ilustrar as mudanças na vida de casa persona da família.

Considero Little Miss Sunshine um filme sobre sonhos, sobre como eles são frágeis e a todo momento eles podem mudar. O sonho que você possui agora pode não ser o que você terá daqui há alguns anos, pois pode não ser o correto para você, ou pode nunca acontecer. E no final, só nos resta ser losers e dançar conforme a música. De preferência com Super Freak by Rick James!

H.